A greve nas universidades e institutos federais tem deixado milhares de alunos em estado de incerteza quanto aos impactos em suas rotinas e planos acadêmicos. No ensino médio, estudantes temem a possibilidade de atraso na obtenção do diploma e defasagem de conteúdos cobrados no Enem. Já no ensino superior, a interrupção dos serviços de assistência estudantil pode prejudicar especialmente os mais pobres.
Dentre as preocupações dos alunos, destacam-se:
- Perda de conteúdo pedagógico, principalmente entre os estudantes do ensino médio nos institutos federais, que já enfrentam defasagem devido ao período da pandemia.
- Calendário apertado após o fim da greve, com reposição de aulas durante as férias e excesso de matéria ensinada em um curto período de tempo.
- Incerteza quanto à data de formatura e recebimento do diploma, com o risco de atrasar a entrada no mercado de trabalho formal e ficar de fora de processos seletivos para universidades no próximo ano.
- Ansiedade com gastos extras e problemas de alimentação, devido ao fechamento de restaurantes universitários em alguns locais.
- Prejuízo em projetos de pesquisa devido à limitação no funcionamento das bibliotecas e interrupção das mentorias para trabalhos de conclusão de curso (TCC).
- Atraso na concessão de novos auxílios estudantis devido à paralisação do setor administrativo.
A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirella, expressa sua preocupação com os alunos mais vulneráveis diante dessa situação.
A adesão ao movimento grevista varia em cada instituição de ensino, com alguns setores mantendo suas atividades enquanto outros estão paralisados. Por exemplo, na Universidade Federal Fluminense (UFF), apenas os técnicos interromperam as atividades, resultando no fechamento parcial da instituição.